Diversos são os aspectos que o empreendedor precisa levar em consideração para que o negócio prospere e tenha alguma chance de se destacar no mercado. Entre eles, um dos mais relevantes, sem a menor sombra de dúvidas, é o de saber como calcular preço de venda dos seus produtos.
A importância por trás desse entendimento é simples: quando um produto ou serviço não é cobrado de modo adequado, a empresa corre o risco de ter grandes prejuízos. Dependendo do caso, eles podem levá-la até mesmo à falência.
Embora isso não seja nenhuma novidade, o ponto a destacar, nesse caso, é que boa parte dos empresários ainda baseia a sua precificação em informações imprecisas. Isso sem contar que uma outra parcela trabalha na base do “chute”.
De qualquer maneira, neste artigo mostraremos como calcular o preço de venda dos produtos. Não perca essa leitura em hipótese alguma. Confira!
Quais elementos devem ser considerados para esse cálculo?
Antes de fazer as contas, é fundamental ter bem claro quais são os elementos-chave para que a sua precificação seja feita de forma correta. Entendê-los é a condição mínima necessária para evitar os cálculos errados.
Custos fixos
Salários dos colaboradores, aluguel e todos os tipos de gastos que aparecem mensalmente e que não estejam diretamente relacionados às vendas, esses são os chamados custos fixos.
Custos variáveis
Já os custos variáveis são aqueles que, como o próprio nome indica, mudam de acordo com as vendas do negócio, normalmente variando de mês para mês. Taxas de cartão de crédito, impostos, comissões e gastos com embalagens servem como exemplo.
Por serem associados ao faturamento da empresa, a recomendação é mantê-los sob um estrito controle, definindo o percentual que eles devem representar em relação às vendas.
Uma observação pertinente é que os custos também podem ser categorizados como diretos e indiretos. Os primeiros são aqueles que estão objetivamente ligados a um determinado produto, devendo ser perfeitamente mensuráveis.
Os segundos, por sua vez, se referem ao gastos que não são identificados diretamente nos produtos e serviços. É por essa razão que eles também são chamados de despesas.
- custos diretos — matéria-prima, embalagem, componentes, mão de obra direta etc;
- custos indiretos — manutenção de equipamentos, vigilância, materiais de escritório, mão de obra indireta, limpeza, entre outros.
Margem de lucro
Calcular o preço de venda dos produtos sem definir a margem de lucro é algo que não pode acontecer. Esse elemento nada mais é do que a porcentagem de ganho sobre a transação das mercadorias.
A questão a salientar, portanto, é que esse índice deve ser calculado de maneira individualizada. O erro que muitos cometem é justamente o contrário, ou seja, o de estabelecer uma margem de lucro geral para todos os produtos.
Entenda que não é assim que deve ser, pois o preço de venda ideal é aquele que, além de cobrir todos os custos e gerar lucratividade, consegue proporcionar à empresa o melhor que se espera no que diz respeito aos seus objetivos com o item em questão.
Como calcular o preço de venda?
Agora que já está claro quais são os elementos a considerar para o processo de precificação, mostraremos a seguir como fazer o cálculo. Para se chegar ao preço de venda, é preciso fazê-lo tendo como base os custos, porém, a margem de lucro deve ser adaptada aos clientes e às realidades do mercado.
Para isso, 3 passos devem ser seguidos. Confira a seguir.
1. Estude os custos e some todos eles
O primeiro passo é estudar os custos e despesas associadas ao determinado produto e somar todas eles. Não se esqueça de que, se você não conhecer os gastos de modo preciso, a chance de precificá-lo inadequadamente é considerável.
2. Traga esse conhecimento para a criação do seu mark up
É nessa etapa em que o cálculo dos elementos de fato acontece. O método mais utilizado é o “mark up”, que consiste, basicamente, na soma do custo unitário de um item à margem de lucro desejada.
Para fins de exemplo, considere a aquisição de 100 unidades do produto X, comprado por R$ 50 cada. Supondo que as suas despesas fixas totais no mês somam R$ 5 mil, podemos dizer que o custo de compra dessa mercadoria sofre um acréscimo de mais R$ 50: 5000/100 = 50 por unidade.
Por enquanto, esse item está custando R$ 100. No entanto, é preciso adicionar também os custos variáveis. Vamos supor, agora, um valor de R$ 2 para cada embalagem. Aqui, chegamos ao custo total de R$ 102.
Mas não pense que acabou, pois ainda falta considerar o que deverá ser pago antes de retirar o lucro. Estamos falando dos impostos e das comissões, que incidem, respectivamente, em 12% e 3% sobre o valor de venda, totalizando 15%.
Digamos que a sua margem de lucro desejada é de 30%. Para chegar ao custo total de vendas (CTV), some ela aos 15%: CTV = 45%. É só depois de ter todos esses dados em mãos que você conseguirá obter o seu mark up (MKD).
A fórmula é a seguinte: MKD = (100-CTV)/100. Logo, seu MKD seria 0,55 (55/100). O que você tem agora é o custo unitário do produto (R$ 102) mais o custo para vendê-lo (55% do seu valor final de venda).
Sendo assim, a conta para se chegar a esse valor final de venda (que você não tem ainda) é essa: 102/0,55. O resultado de 185,45 representa o preço (R$) pelo qual ele deve ser oferecido ao mercado. Ao fazer a “prova real”, perceberá que o número representa exatamente a sua margem de lucro desejada (30%).
3. Analise o valor para o cliente
O último passo nessa análise é entender valor para o cliente. Esse é o conceito que avalia a percepção do consumidor em relação ao produto, uma variável que não se pode quantificar.
Para ilustrar, pegue como exemplo os itens exclusivos e/ou aqueles que conseguem se diferenciar de alguma forma pela sua qualidade. Nesses casos, o valor para o cliente tende a ser maior, portanto, é possível vendê-los com uma margem de lucro mais gorda.
Por fim, lembre-se de que errar nos cálculos e não levar em consideração as especificidades do mercado pode colocar o negócio em sérios riscos. Saber como calcular preço de venda dos produtos não é uma tarefa difícil, mas exige atenção e muito cuidado.
Esperamos que você tenha gostado deste artigo! Para continuar por dentro do assunto, assine a nossa newsletter agora mesmo e receba os nossos melhores conteúdos diretamente em seu e-mail!